sábado, 14 de abril de 2012

CRIAÇÃO DE COLEIROS


PECULIARIDADES 

O coleiro é tido como o pássaro mais sociável da fauna brasileira. Adora ser levado para passear pelo dono e é, geralmente, o primeiro pássaro que todo passarinheiro, ainda criança, teve. Por outro lado, é considerado um dos pássaros nativos de mais difícil reprodução em cativeiro, pois as fêmeas demoram a ceder ao instinto reprodutivo, sempre implicando com a presença dos machos. O criador de coleiro deve ser paciente e saber aguardar o momento certo para obter sucesso na criação.
Fato curioso na criação de coleiros é a intensa participação do macho nas diversas fases da reprodução, em especial no cuidado com os filhotes, chegando até mesmo a brigar com a fêmea pelo direito de alimenta-los.

LOCAL

Para criar o coleiro, as características exigidas do local são as mesmas dos outros nativos: local bem iluminado, se possível com luz direta pela manhã, sem grandes variações de temperatura entre o dia e a noite, abrigado das correntes fortes de ar, etc. Este pássaro pode ser reproduzido tanto em gaiolas como em viveiros, mas estes últimos são menos adequados por dificultarem o manejo de ovos e filhotes.
As gaiolas podem ser de metal ou madeira, à escolha do criador. As de madeira são mais difíceis de higienizar, exigindo maior trabalho para isso, mas por outro lado, parecem ser mais “aconchegantes” nas baixas temperaturas. As gaiolas ideais para as fêmeas (no caso de criação no sistema de poligamia – o macho só é colocado com a fêmea no momento da cópula) devem ter de 50 a 70 cm de comprimento, cerca de 30 a 40 cm de altura e profundidade. É recomendável que possuam a “divisória”, para facilitar o manejo com os pássaros. Para os machos, podem usados os tradicionais modelos “piracicaba” e “carioca”, em seus variados tamanhos.


MATRIZES E REPRODUTORES

O criador, quando da composição de seu plantel, deve optar por matrizes dóceis, acostumadas ao manejo (pássaros que se debatem quando são carregados dificultam o processo da reprodução) e também por pássaros de boas qualidades, para que os frutos da criação recompensem toda atenção dispensada.
São boas qualidades transmissíveis aos filhotes:
- a postura e a “beleza física”: procurar sempre trabalhar com pássaros esguios, “elegantes”, de bom porte e aparência saudável.
- a disposição para cantar: pode ser “medida” pela contagem do número de cantadas em um determinado tempo.
- o andamento do canto: pássaros de canto rápido são adequados à modalidade “fibra”, não sendo adequados como reprodutores se o objetivo da criação for o canto clássico.
- a voz: para o canto clássico, as melhores vozes são as intermediárias, nem muito altas, nem muito baixas.
Se o macho que se pretende usar como reprodutor cantar ao ver a fêmea,
melhor.

ALIMENTAÇÃO 


O coleiro é um pássaro granívoro, não sendo grande apreciador de frutas e verduras. A base da alimentação é constituída por uma mistura de alpiste, painços variados, senha e níger, sendo o primeiro em maior quantidade (50% a 60%). Apreciam muito, como guloseimas, sementes de capim frescas, por exemplo, as de “pé de galinha”, colonião, braquiara, margoso, favorito, entre outros. Os cachos podem ser colhidos e fornecidos inteiros aos pássaros. Essas são um bom complemento na alimentação, sobretudo na época de cria e trato dos filhotes. O pepino, se aceito, é um ótimo complemento alimentar pois é rico em colágeno, um importante componente dos tecidos de revestimento, conferindo elasticidade e resistência às penas, evitando que elas se quebrem facilmente e mantendo bonitas por mais tempo as penas originadas na muda mais recente.
Uma fonte de cálcio deve ser fornecida o ano todo, principalmente para as fêmeas, que utilizam grandes quantidades deste mineral na composição da casca dos ovos. A farinha de ostra ou o “osso de ciba” são as melhores alternativas para o fornecimento de cálcio. É aconselhável ministrar polivitamínico e um complexo de aminoácidos na água algumas vezes por semana.
Coleiros também apreciam muito farinhadas, que podem ser fornecidas secas ou umedecidas misturadas com ovo cozido floculado (passado pela peneira), e estas constituem uma grande fonte de proteínas, indispensáveis aos períodos de muda de penas e alimentação dos filhotes.
A atenção máxima deve ser dada à alimentação no período em que as fêmeas estão tratando de suas ninhadas. Elas, que em sua maioria geralmente não apreciam alimentos vivos, nesse período devoram grande quantidade de larvas de Tenebrio molitor ou de besouro do amendoim para alimentar suas crias. Essas larvas são uma grande fonte de proteína bruta, que contribui no rápido desenvolvimento dos ninhegos. A alimentação especialmente nesses dias deve ser abundante e diversificada, afim de estimular os pais a tratarem dos filhotes.

REPRODUÇÃO 


A temporada de reprodução dos coleiros inicia-se e também termina mais tardiamente que a dos outros pássaros. Estima-se que a melhor época para cria-los seja de novembro a abril, período que coincide com a maior disponibilidade das sementes de seus capins preferidos, na natureza.
Os ninhos utilizados podem ser os de curió ou menores, pois fêmea irá preencher o espaço que “sobra” no ninho quando ela está deitada com o material oferecido pelo criador, que pode ser raiz de capim, corda de bacalhau (sisal) ou fibra de coco desfiadas. Convém fazer a camuflagem do ninho com plantas artificiais, que darão à fêmea uma sensação de maior proteção. Mas cuidado: o ninho deve ser camuflado e não “enfeitado”. Não precisa e nem é bom exagerar na camuflagem, pois isto pode, ao invés de atrair, afugentar a fêmea. Também não é necessário camuflar em volta do ninho todo. O importante é que a fêmea, na momento em que salta do poleiro para a borda do ninho, veja a camuflagem à sua frente, sendo que depois que a mesma está deitada, pouco importa se ela vê ou não a camuflagem – ela pensa que, comparando ao que ocorre na natureza, “entrou” na camuflagem e pode ver todo o ambiente ao seu redor, mas não pode ser vista.
Machos e fêmeas devem ser mantidos em confinamento visual durante o ano, sendo que as fêmeas podem ver-se somente durante a estação de descanso. Ao se aproximar o início da época de reprodução, as fêmeas devem ser transferidas para gaiolas individuais. A presença de muitos machos no recinto de criação acaba dificultando a mesma, já que as fêmeas de coleiro escolhem seu parceiro pelo do canto dele. Nesse sentido, o melhor é que elas ouçam um único macho, que é suficiente para cruzar até 5 ou 6 fêmeas, no sistema poligâmico.
O macho deverá ser colocado frente à gaiola de cada fêmea de uma a três vezes por dia durante alguns minutos, sendo que os melhores momentos para essa apresentação são o amanhecer e o entardecer. O criador deve observar a reação e o comportamento das fêmeas durante o momento em que estão vendo o macho. Geralmente as que vêm correndo para a tala da gaiola, com ar de interessadas, na verdade são as primeiras que hostilizam com a presença do macho em seu “território”, por isso se aproximam.
Disponibilizando material de ninho para as fêmeas fica mais fácil perceber quando estão ficando prontas para a reprodução (“aprontando”), embora o coleiro seja um pássaro que adora “brincar” com o material de ninho. Via de regra, as fêmeas estão prontas quando começam a rodar dentro do ninho e preenche-lo com o material fornecido. É a partir deste momento que, ao verem o macho, irão abaixar, solicitando cópula. O macho, então, será introduzido na gaiola da fêmea, e caso esta ainda não aceite a cruza, deve ser induzido a voltar à sua gaiola. Novas tentativas podem ser feitas posteriormente. O criador deve ter a paciência necessária para esperar que a fêmea aceite o macho. Uma vez que ela aceite ser cruzada, uma única cruza é suficiente, mas podem ser realizadas algumas mais. Costumam efetuar a postura entre o 2º e o 4º dia depois de cruzadas. O número de ovos pode chegar a três, sendo quase sempre dois.
É comum fêmeas que são ótimas mães numa temporada, na próxima apresentarem problemas, como abandonar o ninho, botar fora, botar no ninho mas não chocar, etc. Nas temporadas seguintes essas fêmeas costumam voltar a ser boas matrizes. Pouco se sabe sobre o comportamento reprodutivo das fêmeas de coleiro, portanto é preciso persistência e paciência.
Os filhotes nascem com cerca 13 dias de choco e podem ser anilhados do 4º ao 6º dia, dependendo do desenvolvimento da ninhada. Voam do ninho por volta do décimo quinto dia. A fase seguinte, de vetorização, que vai aproximadamente do 15º ao 30º dia de vida, é muito importante na formação do filhote macho, uma vez que este irá “memorizar” o canto que ouvir para reproduzi-lo mais tarde, criando o que chamamos de memória sonográfica. Os coleiros podem ser separados da mãe por volta dos 35-40 dias de vida, quando já deverão estar se alimentando sozinhos. Se a fêmea, no entanto, der sinais de que quer fazer nova postura antes que os filhotes se alimentem sozinhos (se houver escassez de material para preparar o novo ninho a fêmea irá depena-los para forra-lo), convém mantê-los separados da mãe pela grade divisória para que estes não atrapalhem-na na nova chocada. A fêmea irá continuar a alimenta-los pelos buracos da grade enquanto efetua nova postura. O criador deverá observar com freqüência os filhotes, e quando estes começarem a alimentar-se sozinhos, deve transferi-los para uma gaiola maior, na qual possam voar bastante e assim adquirir um bom condicionamento físico.
Os filhotes de coleiro começam a gorjear bem cedo, tentando reproduzir o canto que ouviram na fase de vetorização. A partir do primeiro mês de vida irão começar a cantar com um pouco mais de volume e desenvoltura, tentando reproduzir aquilo que está em sua memória sonográfica, porém este gorjeado será sem frases bem definidas. Essa período é chamada de fase de espelhamento, pois nela o pássaro irá fazer aperfeiçoamentos do gorjeado que emite, comparando-o com os cantos que ouve no ambiente onde se encontra. É durante essa fase que fazem a primeira muda, que é parcial e chamada de muda de ninho, ou muda de filhote, onde os filhotes machos irão adquirir suas primeiras marcações características da plumagem. As notas e frases começam a ganhar clareza e definição por volta do sexto mês de vida, a partir do qual os coleiros começam a emitir aquele que será seu canto definitivo.
Atingem a maturidade sexual por volta dos 11 ou 12 meses, mas a pouca idade faz com que, geralmente, não sejam bons pais e boas mães. Convém utilizar para reprodução coleiros com um ano e meio ou dois de idade.

MUDAS  DE PENAS   (Material encontrado na internet) 

Mesmo sendo muito resistentes, as penas dos pássaros precisam ser substituídas anualmente. Embora, a qualquer momento, se uma pena for arrancada ou vier a cair por qualquer motivo, outra nasça em seu lugar, a época da muda das penas ocorre após a estação de reprodução, no período compreendido entre janeiro e maio, com maior concentração nos meses de fevereiro e março. Na natureza o período de troca da plumagem se arrasta por cerca de quatro meses. Em viveiros ou gaiolões também é mais demorada. Tudo por conta da necessidade de o pássaro manter uma condição ótima de vôo. 
Em ambiente doméstico, ocupando gaiolas típicas, não deve levar mais de 8 semanas na troca da plumagem. Há espécimes que completam a muda em 40 dias, mas estes são a exceção e não a regra.
A época da muda varia um pouco de uma região para outra, sendo influenciada pela temperatura, umidade relativa do ar, etc. Aspectos psicológicos podem influenciar a entrada do pássaro em muda. Um pássaro em meio às fêmeas ou ouvindo e disputando canto com outros machos poderá retardar sua entrada na muda. O pássaro necessita tranqüilidade para uma muda natural. Devemos evitar prolongar o período de reprodução para não comprometer a muda do plantel. Os filhotes tirados a mais nessa temporada, serão cobrados na produção futura.  Fatores de estresse como mudança de ambiente, viagens, variações bruscas de temperatura, mudanças e desequilíbrios na dieta poderão precipitar a entrada do pássaro na muda. Forçar a muda não é prática recomendável. A muda é um processo natural na vida das aves, relacionado a fatores biológicos, ligados aos hormônios produzidos pela tireóide. A fase da muda é mais complexa que a simples substituição das penas, envolvendo processos que não são percebidos como, por exemplo, a reorganização do aparelho reprodutivo. Durante a muda, as fêmeas não produzem óvulos e os machos perdem temporariamente a fertilidade. Daí ser comum ocorrer de um pássaro, próximo de entrar na muda ou terminando-a, galar uma fêmea e não fertilizar os ovos. Durante a muda os machos esfriam, param de cantar e na maioria das vezes diminuem muito a sua movimentação na gaiola. Na natureza param as disputas territoriais e se juntam aos bandos, machos e fêmeas. As penas devem cair devagar, naturalmente, de forma a que quase não se perceba sua entrada em muda. Se de um dia para outro a gaiola aparecer forrada de penas ou se partes da pele estiverem expostas, há algo errado. Os filhotes nascem quase pelados, cobertos com uma finíssima plumagem. Aos poucos vão aparecendo as penas e quando saem do ninho já estão empenados por inteiro. No terceiro ou quarto mês de vida efetuarão uma muda que chamamos muda de ninho. O filhote fará uma muda rápida de penas que chamamos MUDA DE PARDO. As mudas de penas anuais ocorrerão então mais ou menos 12 meses à partir desta muda de pardo. Após a muda de pardo, o Curió deverá ser colocado na VOADEIRA por 20 dias, para que possa voltar ao seu estado atlético, já que na muda o curió passa por um processo de letargia e após este período levá-lo para passear. Se não for possível levá-lo passear, deixá-lo dentro do carro por algum tempo ajudará no seu desenvolvimento (não esqueça de deixá-lo à sombra e com boa ventilação). Quanto mais se “mexer”com o Curió, mudando-o constantemente de um ambiente para outro, melhor. Essa muda de pardo não é completa, . As penas das asas e da cauda não são substituídas (rémiges e rectrizes). Mudam somente as penas do peito e da cabeça. Nos adultos a muda das penas das asas e do rabo é iniciada do centro para as extremidades. Em ambas as asas as quedas são simultâneas. As penas do corpo são renovadas quase simultaneamente e as últimas a serem substituídas são as da cabeça. Dizemos que enxugou a muda quando não vemos mais nenhum cartucho de penas novas em sua cabeça. Podem ocorrer características particulares na muda de alguns pássaros, sem que, necessariamente, esteja ocorrendo um problema. No final da primeira muda completa os machos curiós apresentam penas pretas mescladas com penas marrons, sendo chamados pintões ou maracajás. Essa plumagem marca o que seria o período de adolescência . Na próxima muda ficará com a definitiva plumagem negra e será considerado adulto. A muda de penas é um evento natural na vida dos pássaros, não pode ser tratada como uma enfermidade. No entanto, os pássaros ficam mais debilitados e suscetíveis às doenças nesse período, inspirando mais atenção, especialmente com variações bruscas de temperatura e com correntes de ar. Temperaturas mais elevadas favorecem uma muda mais rápida. Muitos criadores encapam a gaiola durante a muda, com a intenção de manter o pássaro mais tranqüilo e protegido de variações bruscas de temperatura. Com a menor circulação de ar pela gaiola encapada, podem surgir problemas sanitários causados pelos vapores emanados dos excrementos do pássaro, notadamente a amônia. Podem ocorrer desde irritações dos olhos e das vias respiratórias até uma intoxicação mais séria. Para contornar o problema, é colocado na bandeja da gaiola carvão vegetal triturado. O carvão vegetal é conhecido pela sua capacidade de absorção e retenção de substâncias químicas. Tanto é que sua presença é comum em muitos filtros. Isso deu início à lenda de que carvão no fundo da gaiola ajuda na muda. Já vimos vários criadores com gaiolas desencapadas e forradas de carvão, para “desencruar a muda”. Os banhos são permitidos e recomendados, com a precaução de evitar dias e horas mais frios. Duas gotinhas de vinagre de maçã na água do banho ajudam na prevenção de ácaros e conferem um aspecto de limpeza à plumagem. Banhos de sol são excelentes. Uma dieta equilibrada é garantia de muda bem feita. 
Quando um pássaro muda de forma mais lenta, é comum ouvirmos que está com muda francesa. No entanto, não há propriedade nessa afirmação, se o pássaro não estiver acometido por um vírus natural dos mamíferos que se adaptou às aves, mais precisamente um polyomavirus, da família dos papovaviridae, neste caso designado por um avipolyomavirus. Na realidade, a muda francesa se trata de uma variante menos fatal do verdadeiro vírus, designado por Budgerigar Fledgling Disease Virus (BFDV), característico por afetar o crescimento das penas. Pássaros adultos poderão ser portadores assintomáticos dessa virose. É comum que apresentem plumagem irregular e sem brilho, com algumas penas mais curtas ou eriçadas. Quando a muda não transcorre como o previsto, devemos buscar as causas do problema. 
As causas clínicas mais comuns são parasitas de pele, parasitas internos (vermes, protozoários), infecções bacterianas ou fúngicas na pele ou nos folículos das penas, alergias, distúrbios hormonais, desnutrição, aspergilose (infecção respiratória fúngica), doenças internas (doenças hepáticas) e carências nutricionais.
As causas psicológicas ou comportamentais são o estresse, medo, susto, luz no criatório reduzindo as horas de sono, mudança brusca na rotina do pássaro, presença de outros pássaros cantando no recinto ou mistura de machos e fêmeas, principalmente, em diferentes estágios da muda. Outra prática tradicional de muitos criadores é colocar o pássaro para exercitar-se em gaiolões no final da muda. E exercícios são benéficos não apenas para os pássaros. No entanto, colocar um pássaro em um gaiolão e depois de um mês devolve-lo à gaiola convencional é uma prática de pouca valia. Equivale a praticarmos esporte durante um mês por ano.
Os pássaros que são condicionados a permanecer em gaiolões, passando para gaiolas convencionais apenas por ocasião de passeios, treinamentos e torneios, apresentam condição física superior em suas apresentações. É impressionante como se mostram alegres com a aproximação da gaiola. Sabem que vão passear.
Concluída a muda é hora de vermifugar o plantel, cortar as unhas que estiverem fora de medida e iniciar os preparativos para a temporada de reprodução e torneios.



Augusto Florisvaldo Batisteli 
Técnico / consultor COBRAP 
augustofb@gmail.com 
Julho de 2005 
Ibitinga-SP
Escrito por Augusto Florisvaldo Batisteli, em 20/2/2008


sexta-feira, 13 de abril de 2012

VIDEOS DOS COLEIROS

                                                  
                               COLEIRO PARDO VIVI-TI                                                  



   COLEIRO - PROFESSOR 




PAPA-CAPIM SIU-SIU





domingo, 8 de abril de 2012

DOENÇAS


Há vários comportamentos do Coleiro que podem indicar que ele está doente. Este canal se propõe a apresentar estes "sintomas" e mostrar como o criador deve proceder para que seu Coleiro não adoeça. Mas em todos os casos (em que o Coleiro se apresente com problemas) recomenda-se que o proprietário leve a ave ao Veterinário. Eis alguns dos tais sintomas:

Coleiro Evacuando Fezes Verdes:Provavelmente um caso de Diarréia. Será necessário diagnosticar, posteriormente, a causa da diarréia. Nestes casos o Coleiro encontra-se com as penas arrepiadas, as fezes aquosas e esverdeadas. Ao redor da cloaca as penas ficam sujas e o pássaro apresenta um aspecto ruim, de sujeira. A ave deve ser isolada das demais e sua gaiola e objetos (bebedouros e comedouros) esterilizados. As causas podem ser por ingestão de verduras mal lavadas, de alface (que solta o intestino do pássaro) ou sementes velhas. Este também é o quadro da Coccidiose e de Verminoses. 
ATENÇÃO: Se você estiver fazendo a migração de sementes para rações, seu pássaro pode apresentar as fezes mais amolecidas (ou com a coloração alterada). É comum que haja esta diferença no tempo de adaptação.

Coleiro Rouco ou Respirando de Bico Aberto:Trata-se, provavelmente, de uma doença do trato respiratório. Estes problemas, geralmente, ocorrem quando há quedas de temperatura acompanhadas por correntes de ar. Nunca se deve tirar o pássaro de um local muito quente para um local muito frio sem antes prepará-lo. Deve-se fazer isso bem aos poucos, para que a ave não tenha um choque térmico. Isso pode deixar o Coleiro "resfriado". Para tratar deste problema recomenda-se deixar o Coleiro dentro de casa, encapado, aquecido por uma lâmpada pequena que fique próxima à gaiola. Caso não haja melhoras, a sugestão é de levar o Coleiro a algum profissional habilitado (um veterinário).

Coleiro com Dificuldade de Evacuar ou Não Evacua:Provavelmente um caso de prisão de ventre. Isso pode vir a acontecer quando o Coleiro tem pouco espaço para se exercitar. Para não ter de enfrentar este mal, basta oferecer sempre ao Coleiro verduras (como Couve e Almeirão) e uma gaiola com bastante espaço.

Coleiro Arrancando as Próprias Penas:Isto ocorre, provavelmente, por algum desequilíbrio na alimentação da ave. Nestes casos, o Coleiro estaria procurando, nas próprias penas, substâncias de origem animal que seu organismo necessita. Sugere-se larvas de tenébrio molitor ou de "praga da granja" (que é um tenébrio de menor porte, mais adequado ao tamanho do Coleirinho). Mas este hábito, de arrancar as penas pode, com o tempo, tornar-se um vício para o animal (mesmo ele já estando com sua alimentação equilibrada).

Coleiro Não Faz a Muda:Pode acontecer de um Coleiro nunca completar sua muda (ficar muito tempo sem as penas). Isso pode estar acontecendo pelo fato de o Coleiro não ter descanso. Ele é sistematicamente exposto a desafios com outros machos (seja ouvindo ou vendo) e seu organismo não consegue fazer o descanso que ele precisa para fazer uma muda tranqüila. Ele também pode estar sendo excessivamente exposto a uma (ou mais) fêmeas. Nestes casos deve-se encapar o Coleiro com uma capa de tecido claro (branco ou azul bem clarinho), deixando somente uma parte da gaiola aberta, e impedir que ele escute outros machos. Assim, ele vai "sossegar" e fazer uma muda saudável. Também é sempre recomendado oferecer uma grande variedade de alimentos (para que não falte nada a ele) e um complexo vitamínico na água (por exemplo: Vitagold, 2 gotas para 50ml, 2 vezes por semana).

Fêmea com Ovo Entalado:Algumas fêmeas menos experientes podem ser acometidas do chamado "ovo preso". O ovo fica entalado e a fêmea não consegue botar. Este problema é diagnosticado quando a fêmea desmonta seu ninho, ou senta-se sobre as penas do rabo. Uma alternativa de tratamento é pingar uma gota de óleo no canal de saída do ovo. Outra é colocar a fêmea sobre um pouco de vapor. Uma terceira é dar uma gotinha de azeite morno (nunca azeite quente) no biquinho da fêmea, pegá-la com a mão, abrir suas asas e fazer movimentos delicados no seu abdômen, de cima (da garganta) para baixo (à cloaca).

Peito Seco (Coccidiose):Fica evidente quando o pássaro apresenta diarréia, com as penas eriçadas, fica no canto da gaiola, quietinho, sem se alimentar e seu peito fica proeminente. A coccidiose é contraída quando, de alguma forma, o Coleiro ingere as próprias fezes. Isso pode acontecer quando ele agarra verduras com o pé sujo de fezes e depois leva o alimento à boca. Para diminuir as chances de seu Coleiro ficar doente é recomendado manter os poleiros sempre limpos. Também recomenda-se tirar as banheiras do Coleiro quando ele não está tomando banho (pois ele pode fazer cocô na água e, em seguida, bebê-la). A coccidiose é, em muitos casos, letal, difícil de ser tratada.